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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Comentário sobre produto interno


Esta postagem, de caráter explicativo/introdutório/elementar é direcionada para quem tem pouca familiaridade com a noção de produto interno e tem o objetivo de auxiliar a compreensão de duas postagens posteriores.

Lembremos que quando falamos de funções cujo domínio é R, é costumeiro utilizar o símbolo x para representar um elemento qualquer de R e a notação f(x)  para representar a imagem do elemento x.

Por sua vez, quando o domínio da função é R×R=R2 frequentemente utilizamos o símbolo (x,y) para representar um elemento de R2 e a notação f(x,y) para representar a imagem do elemento (x,y). Assim, a notação f((x,y)) é, usualmente, deixada de lado.

Fato simples, mas talvez pouco notado, é que às vezes dispensamos até mesmo a notação f(x,y)  ao lidarmos com uma função de duas variáveis. Por exemplo, quando o assunto é a adição não escrevemos f(2,8)=10 mas sim 2+8=10 (e a adição é uma função que leva R2 em R).

Algo semelhante ocorre com o produto interno. Mas o que mesmo é um produto interno?

Dado um espaço vetorial real V, um produto interno em V é uma função f:V×VR que cumpre as seguintes condições:

f(u,v)=f(v,u)

f(u+w,v)=f(u,v)+f(w,v)

f(ku,v)=kf(u,v)

f(u,v+w)=f(u,v)+f(u,w)

f(u,kv)=kf(u,v)

f(u,u)>0 quando u0

E isso tem que valer sempre, quaisquer que sejam u,v,wV e kR.

O produto interno mais comum (talvez o primeiro com o qual entramos em contato) é aquele definido em Rn através da expressã
uv=u1v1+u2v2++unvn
onde u=(u1,u2,...,un) e v=(v1,v2,...,vn) são vetores de Rn (o leitor interessado poderá verificar que esta operação satisfaz todas as condições acima mencionadas e que, portanto, realmente se trata de um produto interno no sentido da definição dada).

Correndo o risco de parecer redundantes, frisamos que num contexto mais amplo, não apenas esta operação é denominada de produto interno mas também qualquer outra que satisfaz as condições listadas.

Outra coisa para se notar é que neste caso específico, em vez de usarmos a notação f(u,v) para indicar a imagem do par (u,v)Rn×Rn utiliza-se simplesmente uv. No mesmo contexto em que esta notação ocorre, tal operação é conhecida como produto escalar e, em outros contextos (nos mais gerais), ela é conhecida como produto interno canônico. O fato é que nem mesmos nestes “outros contextos” se costuma utilizar a notação f(u,v) para representar o produto interno de u e v. Na prática, o que se utiliza é u,v. Substituindo esta notação nas seis condições acima mencionadas, o leitor poderá obter um enunciado convencional da definição de produto interno em espaços vetoriais reais.

Dito isto, nosso objetivo é explorar esta noção numa demonstração de uma versão do Teorema de Pitágoras para espaços vetoriais reais e numa demonstração da Desigualdade de Schwarz (também para espaços vetoriais reais). Confira em breve aqui no BLOG MANTHANO.


Referência: Livro Álgebra Linear de Elon Lages Lima.
Erros podem ser relatados aqui.

2 comentários :

  1. Olá Educador Pedro, convido você a conhecer o Projeto Educadores Multiplicadores. O objetivo é unir e divulgar blog de educadores.

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