Vamos então à solução de Neumann (o ponto preto acima do trem simboliza a mosca).
Seja t1 o tempo que a mosca demora para sair do trem A e chegar ao trem B. Seja d1 a distância que ela percorre durante este tempo:
Olhando para a figura é claro que
Como a velocidade da mosca é conhecida, e como a velocidade do trem também é conhecida, obtemos:
Dos últimos dois resultados, segue que:
Portanto:
Aplicando o mesmo raciocínio podemos obter d2 (a distância percorrida pela mosca quando ela sai do trem B e volta ao trem A), que leva um tempo t2 para ser percorrida:
Da figura notamos que:
Novamente, como conhecemos a velocidade tanto da mosca quanto do trem:
Portanto:
Substituindo este valor:
Se efetuarmos novamente os cálculos, seguindo o mesmo raciocínio, vamos obter:
Observe que para obtermos a distância percorrida pela mosca em um determinado intervalo de tempo, basta multiplicarmos a distância percorrida no intervalo anterior por um número constante que vale:
Temos então uma progressão geométrica onde:
Ora, a distância total percorrida pela mosca será dada pela soma das distâncias parciais percorridas em cada rota, ou seja a distância total será:
Observe que não podemos escolher um determinado número de termos n, não importa o quão grande ele seja, pois se fizermos isto estaremos ignorando a distância dn+1 que também foi percorrida.
Então temos que considerar uma soma que possui infinitas parcelas. Felizmente, como a sequência é uma PG e devido ao fato de a razão ser menor do que 1 podemos efetuar esta soma.
Lembremos que a soma dos infinitos termos de uma PG cuja razão é menor do que 1 pode ser dada pela seguinte fórmula:
Substituindo os nossos valores obtemos:
Portanto a mosca percorreu 150 quilômetros até morrer, e esta é a distância que era preciso encontrar.
Este problema pode ser generalizado para o caso em que a velocidade da mosca é x, a velocidade do trem é y e a distância que separa os trens é k.
Nestas condições, chamando a distância percorrida na n-ésima rota de dn, teremos:
Logo
Observe que este resultado está de acordo com o resultado anterior, obtido do nosso caso particular:
Observações:
Note que a razão Dn/dn não depende do tempo, ela é constante. Isto esclarece o fato de a sequência formada pelas distâncias percorridas em cada rota formar uma progressão geométrica.
Esta resolução requer que utilizemos a soma dos infinitos termos de uma PG (o que, como já dissemos, só é possível conseguir quando a razão, ou mais precisamente, o módulo da razão, é menor do que 1). Em breve provaremos este resultado aqui no BLOG MANTHANO.
Referências:
obrigado, ajudou muito!
ResponderExcluirMuito bom amigo, gostei do seu blog
ResponderExcluirOlá Eduardo. Obrigado pelos comentários! Abraço.
ExcluirA história dessa mosca era meu martírio em física há 40 anos atrás.
ResponderExcluirPelo visto ela é eterna!!!!rsrsrs